quinta-feira, 31 de maio de 2012

O twittaço #ChicoParaTod@s deu início ao movimento #CulturaParaTod@s em Natal

O twittaço #ChicoParaTod@s, que levou essa hashtag no primeiro lugar dos Twitter Trends em Natal na noite de segunda-feira, 28 de maio, foi a primeira iniciativa do movimento #CulturaParaTod@s: um movimento espontâneo, não vinculado a qualquer organização nem partido político, sem lideranças, articulado pelas redes sociais e que junta cidadãs e cidadãos de Natal que se preocupam com a cultura e, em geral, com a cidadania.

A proposta do movimento, que defende políticas de promoção, incentivo e efetivação do acesso à cultura em Natal, é realizar ações virtuais e presenciais criativas e pacíficas que sensibilizem sobre a falta de acesso à cultura na capital potiguar, cobrem mudanças nas políticas culturais e levem cultura e arte para as ruas e praças.

O preço cobrado para os shows de Chico Buarque no Teatro Riachuelo, que excluiu a grandissíssima maioria dos apaixonados(as) pelo compositor que vivem em Natal da possibilidade de assistí-lo ao vivo, é conseqüência de um conjunto de fatores:

• A  ausência de espaços físicos e de organizações – privadas ou públicas – capazes de comportar um show desse porte além do Riachuelo;

• A falta de políticas de promoção, incentivo e efetivação do acesso à cultura em Natal.

Até alguns anos atrás, era possível assistir shows de grandes artistas nacionais – Caetano Veloso, Djavan, Maria Rita, Marisa Monte, Ney Matogrosso e vários outros – a preços acessíveis no Machadinho e até shows gratuitos – Gilberto Gil, Paralamas e Titãs, Fagner, etc. – no Machadão. Derrubaram essas estruturas para fazer o estádio da Copa e, além de não fazerem as obras de mobilidade e o saneamento, tampouco se preocuparam com providenciar estruturas alternativas que pudessem hospedar eventos culturais de grande porte para a maioria da população.

Acabaram com o Projeto Seis e Meia, que trouxe para Natal grandes artistas nacionais por um preço simbólico.
Acabaram com projetos como o Domingo na Praça, que traziam cultura de forma gratuita e acessível a tod@s em espaços públicos.

Não há políticas de valorização do Teatro Alberto Maranhão, de apoio a iniciativas como a Casa da Ribeira, nem de valorização do patrimônio histórico da cidade (Ribeira, Centro Histórico, etc.) que poderia se tornar um lócus de promoção cultural.

Artistas da cidade, muitos dos quais têm produção autoral de alta qualidade, ainda estão receber por serviços culturais prestados à Prefeitura.

Pela falta de apoio, músicos que têm produção autoral de qualidade são obrigados a se apresentarem no circuito da noite e até isso lhes foi proibido agora. A primeira virada cultural ao ar livre que Natal ia ter foi proibida pela Prefeitura, mas todos os anos se fecham ruas, se criam transtornos enormes na cidade inteira e se patrocina de diversas formas uma festa privada sem conteúdos culturais significativos.

Enfim, não há políticas para a cultura estruturais, de longo prazo, estratégicas e de Estado (não de Governo). São essas as razões que fizeram emergir o movimento #CulturaParaTod@s.

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